Sistema de Deriva
A arte na Deriva
A minha deriva consiste em seguir a arte, mais concretamente as galerias de arte. Estando em Belas-Artes, localizada na Baixa-Chiado um dos maiores centros culturais de artes de Grande Lisboa, achei um bom espaço para ser possível pôr em prática a minha deriva.
O Chiado e arredores possuem imensas galerias, que muitas vezes acabamos por desconhecer ao se esconderem nas pequenas ruelas da cidade de Lisboa.
A deriva para além das galerias vem também estabelecer uma ligação às exposições e obras de arte que se encontram no momento em cada galeria, pois estas serão o verdadeiro fator/ conexão de cada estação que avançaremos na nossa deriva.
Esta deriva acaba também por ajudar a promover a arte portuguesa e a arte em geral, ajudando a conhecer um pouco não só de cada obra mas também de cada galeria.
Instruções:
A pessoa estabelece uma ligação entre o quadro/ exposição que está a ver e o seu significado. Daí irá ligar essa palavra/ conceito ao nome de uma galeria, e assim continuar sucessivamente.
O sujeito inicia o seu percurso na galeria de Belas-Artes e conforme as sensações/ sentidos que as obras expostas lhe transmitirem, deverá seguir para a próxima galeria cujo significado lhe corresponder. Ao ver a exposição que se encontra no momento irá fazer o mesmo em todas as outras paragens.
A deriva também pode ser feita com a ajuda da aplicação ou de um mapa em papel do projeto Mapa das Artes da associação Isto não é um cachimbo.
Esta acaba por ser uma deriva que irá sempre ser diferente para cada pessoa e em cada espaço/ tempo, pois depende inteiramente da exposição temporária que cada galeria apresenta e do modo de pensar de cada um. E mesmo que seja uma exposição permanente, (o que também às vezes acontece) cada pessoa interpreta os quadros à sua maneira e vê os seus significados de forma diferente.
Exemplos de galerias de arte por Lisboa:
Aplicação: Mapa das artes Google maps
Estações da deriva/ concretização da deriva
1. Galeria de Bela-Artes da Universidade de Lisboa
Tendo em conta que no momento em que se realizou a deriva a exposição presente era
“ As faces de Plotino” de Artur Ramos, com obras de estilo realista e de caráter do passado, estas pinturas remeteram-me para algo muito antigo. Daí procurei visitar uma galeria que me ligasse a algo do passado.
2. Galeria Cisterna
Cisterna como nós sabemos é um reservatório de água que já data de algum tempo, dái conectar esta palavra ao significado de passado da exposição da galeria anterior.
Nesta galeria foquei-me apenas neste quadro de Sara Maia, pois foi o que me chamou mais a atenção, com os seus tons fortes e um modo de pintar bizarro. Após examinar e perceber que existiam tantos elementos nesta pintura limitei-me a tentar focar apenas num, no canto inferior esquerdo, talvez estivesse representado um presépio com os três reis magos a passar por cima de um monte. Depois de muita pesquisa acabei por encontrar uma galeria não tão relacionada ao seu sentido, mas sim ao lugar que os três reis magos pisam.
3. Galeria Munoz Carmona
À partida o nome Munoz Carmona pode não ter muito a ver com o assunto do quadro interior. Mas na verdade a palavra Munoz quer dizer colina/ sítio, é um sobrenome derivado do espanhol.
A galeria apresentava uma exposição sobre natureza morta, de André Ribeiro, mas com um certa irregularidade e mais ligado para o contemporâneo.
4. Galeria Ratton
Da exposição anterior associei os animais da natureza morta a somente um: o rato. É provável que o nome desta galeria não provenha de um mero animal, mas Ratton remete sem dúvida alguma para a palavra rato.
A galeria apresentava uma exposição de Lourdes Castro, com título "Entre amigos", peças maioritariamente em azulejo e com um toque da cultura portuguesa.
5. Galeria Brisa
A partir da imagem do mar em algumas obras da galeria anterior, associei mar a praia e praia a brisa.
Aqui a exposição era de Francisco Baccaro e Daniel Mattar, arte contemporânea, principalmente em tons de azul.
6. Galeria quadrado Azul
Com base nos quadros da exposição anterior, vim dar à galeria Quadrado Azul, não porque os quadros eram azuis mas sim porque remetiam muito para essa cor.
Nesta exposição de Luisa Jacinto o fator predominante era a cor e as paisagens.
7. Galeria Arte Periférica
Baseando-me nas paisagens, mais especificamente as que se encontravam à margem da água ou à parte da cidade, liguei a palavra periferia à palavra periférica.
Mais uma vez uma exposição de Natureza morta, de Vanessa Chrystie, mas com umas cores fortes e tons quentes.
8. Galeria Underdogs
Como a exposição anterior apresentava animais de diversos ambientes voltei a relacionar os animais a um único, neste caso o cão (= dog).
A galeria Underdogs apresentava diversas exposições, mas aquela que me chamou mais à atenção foi a Vacancy, de Dimitris Trimintzios, também conhecido por Taxis. Com obras muito variadas, algumas fotografias e desenhos de diversos temas.
9. Galeria Casa- Atelier Vieira da Silva
Desta vez não fui tanto para o conceito, mas sim para o objeto. Foquei-me apenas num quadro, numa fotografia, que apresentava uma casa no meio de uma abundante vegetação, dai relacionar essa casa com a palavra Casa-atelier que outrora pertencera à pintora Helena Vieira da Silva.
Nesta exposição o que me chamou mais à atenção foi este conjunto de quadros de paisagens com tons claros brancos, como a neve.
10. This is not a white cube gallery
Associei o branco das pinturas com a palavra white.
A galeria This is not a white cube é uma das que apresentava uma maior variedade de obras e objetos todas de diferentes estilos e espécies.
Uma das exposições era a de Pedro Pires, "Border series", que consistia em várias representações do ser humano, quer em pintura quer em estatuária.
11. Galeria Carlos Carvalho
Um nome simples para uma galeria, apenas o nome de um homem, que facilmente associo a uma figura humana.
Uma galeria espaçosa com uma exposição de Jessica Backhaus, “About Color”, cheia de cor, significados e memórias. Sem dúvida das que mais gostei.
12. Galeria 111
Aqui fica, provavelmente, a minha ligação mais complexa de toda a deriva.
Como é que associei o número 111 à exposição da galeria anterior? Bem, aquilo em que me foquei não foi nas obras em si ou no conjunto de obras que a exposição apresenta, mas sim na forma de como se encontram expostas. A maneira um pouco fora do comum de serem apresentadas, umas mais acima e outras abaixo acaba por assemelhar-se a um código, quase como o código binário, que consiste apenas em zeros (0) e uns (1).Assim, associei este número a esse código.
A galeria 111 de momento apresentava uma exposição que reunia um coletivo de artistas, com o nome Besta.
Pedro A.H. Paixão, The Yach
13. Artemis gallery
Artemis, como nós sabemos é a deusa da caça, da proteção e uma das maiores forças da natureza. E como a exposição anterior apresentava diversas fotos e pinturas do meio natural acabei por associar assim mais uma vez a natureza a algo, e neste caso foi à deusa.
A Artemis Gallery possuía uma vasta seleção de obras e exposições, muitas relacionadas com novas tecnologias. É sem dúvida uma galeria fascinante, com temas interessantíssimos e das que mais me marcou em toda a deriva.
Uma das exposições presentes era a Night’s Light, Body and Turtle, de Giuseppe Gonella.
14. The switch gallery
Terminei a minha deriva na the switch gallery, pois as obras de Giuseppe Gonella foram de tal modo grandiosas e diferentes que acabam por ser uma mudança(switch) na minha visão da arte.
The switch é também uma galeria representada em diversas partes do mundo, com obras e exposições impressionantes. De momento tem em exibição ”The Ghosts are calling” da organização Skoya Assemat-Tessandier.